Saudações. Estou eu aqui, agora, sem sono e sem nada pra fazer, e resolvi postar no blog. Assim com fiz outras vezes, começarei sem ter um assunto definido, e vamos ver o que isso vai virar...
Enfim, estive pensando, nesses últimos dias, sobre o que eu ouvia quando tinha 12 anos, e o que a galera dessa idade ouve hoje em dia. Isso considerando só o rock. Antes de começar a falar exatamente nisso, vou fazer uma breve retrospectiva de algumas poucas décadas pra cá, sobre o que era o rock no Brasil (atenção: isso será somente uma opinião, e ninguém é obrigado a concordar):
Antes de 1980: Algumas bandas, alguns hits, mas nada que talvez possa ser encaixado como um movimento forte, criando uma camada expressiva de rockeiros. Porém, isso não ofusca nomes como Raul Seixas e o Secos e Molhados, lembrando também da Jovem Guarda. Entretanto, deixemos isso para outra geração, outra história...
Década de 80: É o marco. Nessa época o rock chega com força ao Brasil, alcançando as paradas de sucesso, e botando refrões na boca de todo mundo. São várias bandas que surgem, principalmente no ano de 84. Podemos citar as mais famosas, como Legião Urbana, Capital Inicial, Barão Vermelho e Plebe Rude. Mero detalhe, a cena era dividida principalmente em 3 pólos, Brasília, São Paulo e Rio. É chamada por muitos como a melhor fase do rock brasileiro, despontando as melhores bandas, as melhores idéias, o melhor tudo. Além disso, é nessa época que acontece no país o Rock in Rio.
Década de 90: Aqui a coisa começa a ficar mais autêntica, na minha humilde opinião. Nesta fase, começam a aparecer as misturas, as bandas de rock com alguma coisa mais "abrasileirada". É um período muito criativo para a música, despontando bandas como Raimundos, Skank, Chico Science e Nação Zumbi, e talvez a principal delas, o Planet Hemp. Além da fusão com outros estilos, as letras muitas vezes traziam críticas sociais, questionamentos, e uma sólida postura ideológica. Apesar de muitos apontarem a década de 80, pra mim, a de 90 foi muito melhor. Parabéns pela atitude brasileira!
Anos 2000: E é aqui que a coisa começa a desandar. Nascido no ano de 1990, comecei a ouvir rock em 2001, com 11 anos. Nessa época, ainda era possível ouvir coisas boas... Raimundos e Planet Hemp terminando as atividades, mas ainda estavam bem recentes nos ouvidos da galera. Charlie Brown Jr. estava "estourado" nas paradas ainda, com letras recheadas de palavrões, afrontando os conservadores. O Cpm 22 estava despontando, e dessas primeiras músicas eu até gostava. Logo veio outra remessa, com o Detonautas e Pitty.
Mas, por volta de 2005, começou a se falar em algo muito estranho, um nome que logo entrou em qualquer cartilha de xingamento: O "movimento" emo. Aqui o que já estava declinando, tomba de vez. A música foi tomada pelo comércio, os cabelos substituíram a atitude, e todo mundo passou a usar roupa preta e franja. A essa altura eu nem ligava mais para o que tocava no rádio, e já tinha mergulhado de cabeça no Heavy Metal. Bom pra mim. E eis que agora, quando todos achavam que tínhamos chegado no fundo do poço, me aparecem essas bandinhas coloridas. Ora, não que eu esteja sendo puritano, mas chamar essa galera de rockeira é a maior blasfêmia midiática dos últimos tempos! Como pode essa coisa voltada pra moda, pro comércio, pro visual, ser chamada de rock? Como pode serem comparados com aqueles outros, que chocavam a sociedade com atitude e tentavam passar uma mensagem positiva pra todos? Como pode o "querem te impedir de falar, calar tua boca à força" ser trocado por um "e eu vou te esperar, aonde quer que eu vá" ?
O que mais me deprime, é ver três remessas (não digo geração, porque esse termo compreende um maior espaço de tempo), aquela explosiva, agitada e ativa que veio antes de mim, a minha própria, intermediária com alguns mais voltados pro que vinha rolando antes, e alguns mais "moderninhos", e essa mais recente, que parece estar mais interessada em cabelo, moda e óculos coloridos. A letra é um reflexo do público, pois os "artistas" só dizem o que seus fãs querem ouvir. Baseado nisso, e tomando aquela premissa de que "os jovens são o futuro na nação", fico a cada dia mais preocupado...
Portanto, meu recado final é: menos spray e mais atitude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário